A formiguinha e a neve
- Ariane Angioletti
- 1 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 3 de set. de 2020

Meu relato começa há muito tempo, nos idos anos 60 do século passado, quando eu tinha 8 anos. Nele uma senhora franzina, aparentando mais de 60 anos, pele morena, vestindo saias longas, avental... nos encantava com sua formosura e ternura inigualáveis.
Minha Vó Bilica!
Nossos encontros aconteciam quase todos os finais de semana, quando eu e meus irmãos corríamos para seus braços de vó e éramos acolhidos com seu doce amor.
Nos encantava também com seus afetos em forma de quitutes e contação de estórias, jamais saídas de nossas memórias. Estórias essas contadas por uma senhora que seguia a vida sem aprender a ler e a escrever, mas que sabia com maestria transmitir sua mensagem de amor.
Enquanto saboreávamos seus doces ela nos contava estórias, e nós permanecíamos atentos aguardando a próxima. Trago comigo de maneira especial a minha preferida, a estória da formiguinha que ficou com o pezinho preso na neve.
Com os presentes da vida, também fiquei avó. Em 2009 nasceu meu primeiro neto, Brunno Lorenzo... e que grata surpresa quando um dia ele trouxe da escola o livro com o título "A Formiguinha e a Neve". Num sobressalto, examinei a capa e rapidamente fui lendo a estória, quando emocionada parecia ouvir a voz da minha vó em cada fonema, enquanto buscava compreender como aquela senhora, desprovida de alfabetização, conhecia e transmitia uma estória com tão precisos detalhes.
Seguindo minha avó, também conto e reconto a estória aos meus netos: Brunno Lorenzo, Valentina e Enrico... e o meu coração se alegra, enquanto minha alma agradece sorrindo a minha doce "Vó Bilica"! Assim, registro aqui meu eterno amor em sua homenagem!
Vó: Maria Josefa Gomes (Vó Bilica)
Neta: Marlene Luiz Pereira
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